O nome da cidade é uma referência ao Rio Muriaé. O nome do rio não é de origem tupi. Há a possibilidade de ser um nome com origem na língua puri, pois corta uma região que era habitada, antes da chegada dos colonizadores de origem portuguesa, por índios puris.
Inicialmente habitada pelos índios puris, a região do município de Muriaé teve sua colonização de origem europeia iniciada pelo comércio de brancos com os indígenas. Nas inúmeras versões sobre o surgimento desta nomeação, há sempre uma ligação com os mosquitos que infestavam a região onde surgiria o município. De acordo com os registros históricos, a cidade, no início de seu povoamento, era uma região palustre, que apresentava, até finais do século XIX, altíssima incidência de febre amarela, supondo-se então que as opções etimológicas ligadas ao mosquito sejam as mais plausíveis. Em uma das mais antigas menções ao “Vale do Muriaé”, datada de 1785, Couto Reis descreveu a região, realçando-lhe as condições “horrorosas e pestíferas de suas entranhas”, cuja colonização só foi possível graças à coragem dos primeiros desbravadores que, “fazendo fogos, descortinando matas e purificando ares, tornaram os sertões menos rigorosos”.
Em 1817, Constantino José Pinto, com outros 40 homens, comercializando ervas e produtos medicinais, desceu pelo Rio Pomba e atingiu o Rio Muriaé, onde aportou construindo seu abarracamento junto a uma cachoeira, local hoje conhecido como Largo do Rosário. Ali, foi fundado um aldeamento dos índios, com demarcação das terras destinadas ao plantio para o sustento dos silvícolas. Nascia “São Paulo do Manoel Burgo”. Em 1819, o francês Guido Tomás Marlière chegou e ergueu a Capela do Rosário. Começaram a aportar extratores de madeiras de lei e, principalmente, de plantas medicinais, em busca de raízes de ipecacuanha, chamada vulgarmente de poaia. Era o início da atividade econômica do futuro município.
O povoado cresceu rapidamente, a princípio, com uma só rua ao longo do rio – dando origem ao “Porto”, à “Barra” e à “Armação”, em razão do rio que margeavam – e, depois, disseminando o seu casario em todas as direções. Em 7 de abril de 1841, foi criado o distrito com o nome de São Paulo do Muriahé, pertencendo a São João Batista do Presídio (atual município de Visconde do Rio Branco) e subordinado eclesiasticamente a Santa Rita do Glória (atual município de Miradouro).
Em 16 de maio de 1855, pela Lei 724, com o nome de São Paulo do Muriahé, o distrito foi elevado à categoria de vila, desmembrando-se de São João Batista do Presídio. A vila de São Paulo do Muriahé seria elevada à condição de cidade apenas em de 25 de novembro de 1865, pela Lei 1 257. A denominação Muriaé só viria com a Lei 843, de 7 de setembro de 1923.
Nas últimas décadas do século XIX, Muriaé já era grande produtor de café, condição que manteve até meados do século XX. A monocultura cafeeira foi a primeira grande responsável pelo desenvolvimento econômico do município. O progresso da nova localidade foi constante, principalmente a partir de 1886, data da inauguração da Estação da Estrada de Ferro Leopoldina que ligaria, diariamente, Muriaé à Capital da República (Rio de Janeiro). Os coronéis, proprietários das grandes fazendas produtoras, representavam não só a elite econômica da região, como também sua expressão política, com forte influência em Minas Gerais e no país.
A instalação dos trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina Railway introduz grandes mudanças na paisagem social da cidade. Junto ao trem chegam as notícias trazidas pelo telégrafo e correio, atualizando os cidadãos interessados. Surge, a seguir, a imprensa local, com “O Muriaé”, semanário de 1890, “O Eixo Municipal”, de 1891, “O Condor”, de 1898 e “O Radical”, em 1903, dando início a uma série de outros que se sucederam, criando uma longa tradição jornalística em Muriaé.
A proclamação da República chega até Muriaé, que aprimora suas construções. Ergue-se a Matriz de São Paulo e uma praça com jardim, assim como o belo prédio do Executivo. A cidade é por esse tempo o segundo produtor de café em Minas Gerais. Surgem as máquinas de beneficiamento, a catação do café, o estocamento, o carregamento para os vagões que saem abarrotados, deixando riqueza. Em 1910, foi criado o serviço de força e luz, no ano seguinte o de água e esgoto, e, 1913, o serviço de telefone urbano. O calçamento, o telefone, os bancos fazem parte de uma nova ordem social e política.
A euforia permanece até o crash de 1929, quando se instaura grave crise econômica que afetou profundamente o município, mas a economia voltaria a crescer durante a fase getulista, principalmente após a abertura da estrada Rio-Bahia, inaugurada por Getúlio Vargas em visita à cidade em 1939. O grande fluxo de veículos trazido pela nova rodovia inseriu Muriaé entre as cidades de maior progresso da região. A monocultura cafeeira passou a ceder espaço para outras atividades econômicas. Na década de 1960, a mecânica automotiva começou a atingir grande expressão, graças ao asfaltamento da rodovia Rio-Bahia, e o município passou a ser referência no ramo da retífica de motores.
Fonte: Wikipedia (https://pt.wikipedia.org/wiki/Muria%C3%A9)